Agronegócio: do contexto histórico à criação do termo

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É sabido que o termo “agronegócio” designa todas as atividades econômicas associadas à comercialização de produtos agrícolas. Isso inclui operações desde a manufatura, comercialização e prestação de serviços para a agropecuária, passando pelas operações internas das propriedades rurais, e culminando na fase final de processamento/distribuição dos produtos originados das fazendas.

Apesar de ser uma designação amplamente reconhecida atualmente, a qual passou a ser compreendida de maneira praticamente intuitiva, no passado, mesmo com uma crescente e notável interdependência, a agricultura e as demais atividades industriais e terciárias ainda tendiam a ser vistas como entidades bastante autônomas e que, devido a isso, raramente eram abordadas conjuntamente.

Visto isso, no ano de 1955, nos Estados Unidos, um grupo de acadêmicos da Escola de Negócios de Harvard, vislumbrou a necessidade de uma denominação capaz de refletir a noção intrínseca de interdependência entre a agricultura e os negócios relacionados a ela, surgindo assim, o termo “agribusiness” (o qual, anos depois, veio a ganhar destaque no Brasil através de estudantes do curso de administração da USP),de forma a substituir um entendimento anteriormente segmentado, por uma nova ideia de cooperação.  

Argumentavam que, a partir da criação do termo, seria mais fácil olhar para os problemas agrícolas – principalmente aos que diziam respeito ao desequilíbrio entre a oferta e procura de alimentos nos EUA, uma vez que o crescimento da produção não havia sido acompanhado pelo desenvolvimento dos mercados – em um enquadramento amplo de relações com outros setores e, assim, agir sobre eles. Além disso, defendiam também uma menor dependência e interferência do Estado e um maior diálogo entre os agentes privados e produtores rurais.

A concepção de “agribusiness” foi prontamente acolhida de forma positiva no meio acadêmico, no entanto, não demorou para enfrentar algumas críticas. Alguns argumentavam que o termo era apenas uma denominação para um processo já existente e, além disso, os críticos acreditavam que a noção de interdependência setorial poderia propiciar a prática do lobbying e interferir demasiadamente nas decisões políticas.

Apesar de ter tomado grande proporção e conhecimento na academia, foi somente em 1957 que o termo foi introduzido na grande mídia, a partir da publicação da obra chamada “Farmer in a Business Suit”, ou seja, “Fazendeiro em um traje de negócios”, sendo o seu autor John Herbert Davis, também cocriador do termo “agribusiness”. O livro apresentava, de forma clara e didática, através da história fictícia de uma família de agricultores, a transformação de uma unidade produtiva familiar em uma propriedade rural integrada ao “agribusiness”. A obra tomou grande proporção após ser resenhada em veículos como o The New York Times, Wall Street Journal e Washington Post, por exemplo.

A partir do contexto apresentado, podemos verificar o histórico da criação desse neologismo tão presente atualmente e que continua sendo objeto central de debates políticos e sociais. Hoje, o agronegócio é reconhecido como um componente vital para o desenvolvimento econômico global, demonstrando seu papel crucial no crescimento do Brasil e de outras nações. O constante debate político e social em torno desse conceito ressalta sua relevância contínua nos diálogos contemporâneos.

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